Atado ao crepúsculo deste vagamundo
vejo mãos líquidas bater na praia inteira.
Escrevem brancas palavras de um sal agudo
e triste. Dói olhar o mar de uma cadeira.
Os lábios das canoas tremulam heurísticos
em contraste a navios castos sonolentos.
Só mesmo a corcunda de Adamastor persiste
caída ao longe: sem esqueleto por dentro
nem a mover-lhe Deus — que acaso não existe
mas aparece posto neste rosto imenso.
Fernando Paixão
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário